BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Em mensagem a colegas, o delegado da alfândega do Porto de Itaguaí (RJ), José Alex Nóbrega de Oliveira, fez uma acusação de pressões e interferências políticas na Receita Federal.
Itaguaí, região metropolitana do Rio de Janeiro, tem sido palco de uma crise entre auditores da Receita e o governo. “Venho relatar o que está ocorrendo, pois existem forças externas que não coadunam com os objetivos de fiscalização da RFB [Receita Federal do Brasil], pautados pelo interesse público e defesa dos interesses nacionais”, escreveu Oliveira.
Ele declarou ter sido surpreendido há cerca de três semanas, quando o superintendente da Receita no Rio de Janeiro, Mario Dehon, o teria informado que havia uma indicação política para assumir a alfândega do porto.
Dehon, contudo, não teria concordado com a pressão do governo do presidente Jair Bolsonaro para substituir Oliveira por um auditor com pouca experiência para o cargo. Por isso, o superintendente, agora, corre o risco de ser exonerado do posto “em represália a essa atitude”, diz o comunicado.
Bolsonaro tem reclamado publicamente da atuação da Receita Federal e teria partido do próprio presidente o pedido para substituição na delegacia da alfândega do Porto de Itaguaí e outros postos da Receita.
Procurado, o Planalto ainda não se manifestou sobre o caso.